Matéria Veja sobre Política de Cotas

Vamos situar a história!
A Revista Veja de 2/09/2009, sim eu sei, já recebi adiantado porquê minha mãe é assinante, veio com um destaque na parte superior esquerda da Revista com Tal Manchete:

"Especial O livro Uma Gota de Sangue - História do Pensamento Racial, de Demétrio Magnoli, mostra como a política de cotas é uma forma de racismo"

Eu preciso admitir que fiquei bem contente em ver este assunto sendo debatido, principalmente porquê eu sempre falei que a política de cotas era a afirmação do racismo. Enfim, eu sei que este tema é muito debatido e há aqueles que são contra e os que são a favor. O que eu gostaria de não deixar passa em branco é:

- Qual o objetivo da revista com esta matéria? Uma revista que é carregada de apropriação de ideologias?

Um exemplo clássico que explica este meu questionamento é a existência no orkut, um site de relacionamentos, comunidades que tem como nome Revista Veja with lasers, sugerindo um possível "poder de influência" causada por matérias da Revista. A mídia, como nos diz Paulo Freire, grande mestre da educação, não é neutra, ela é ideológica, ela reproduz um ideal.

Afinal que ideal é este da Revista?

Meu questionamento se baseia dentre vários momentos, porém um que me intrigou, destaquei e transcrevi abaixo:

"Magnoli estava intrigado com o avanço das cotas para negros no Brasil e resolveu investigar a raiz dessas medidas afirmativas. O resultado é uma análise meticulosa da evolução do conceito racial no mundo. Descobre-se em Uma Gota de Sangue que as atuais políticas de cotas derivam dos mesmos pressuposto clássicos sobre a raça que embasaram, num passado não tão distante, a segregação oficial de negros e outros grupos. A diferença é que, agora, esse velho pensamento assume o nome de multiculturalismo - a idéia de que uma nação é uma colcha de retalhos de etnias que formam um conjunto, mas não se misturam. É o racismo com nova pele."

Eu concordava com esta frase, mas confesso que vê-la na Revista me causou estranhamento e me levou a questionar será mesmo desta forma? Até que ponto meu racícionio se sustenta nesta sociedade que se estrutura de forma tão desigual, tão desumana? Será que esta matéria está carregada ideologicamente? Será que se eu disser - sim, eu concordo com o que está escrito - e passar a reproduzir estas idéias não estarei sendo incrivelmente inocente e reducionista? Não podemos reproduzir uma idéia sem conhecê-las a fundo, seu contexto histórico, político, não é possível discutir reduzir uma questão tão complexa e decidir se você é contra ou a favor simplesmente conhecendo o micro. A minha vontade e necessidade como ser é, metaforicamente falando, ter um helicóptero e sobrevoar a situação, para ter conhecimento total do macro e poder discutir a fundo isso. Na verdade são nestes momentos que me sinto uma total ignorante e despreparada pro mundo.

É preciso sim ter este estranhamento até com aquilo que somos a favor porquê precisamos ser críticos diante daquilo que nos é apresentado, nem naquilo que eu concordo, eu tenho certeza. Afinal onde foi parar minha educação para vida? Estaria era zerada ou nula? É gostaria de poder ter esta cabeça mais cedo, gostaria de ter estudado mais a fundo cada matéria da minha vida, para hoje ter discernimento e poder olhar para este tipo de coisa e saber se está sendo usada para influenciar meu pensamento ou não. Embora, eu tabém duvide que eu tivesse maturidade paar ser tão critica nestes momentos de escola. Porque esta matéria me leva a questionar, seria então o multiculturalismo um movimento reprodutor de racismo com nova pele? Ou não, ele não é isso, porém está sendo apropriado pela mídia escrita para influenciar os leitures a pensar exatamente como eles desejam?

É por isso que eu espero, e de uma certa forma estudo e individualmente e lentamente luto por um escola que prepare para a vida e jamais para vestibular, mercado de trabalho, não quero mais nenhum alienado no mundo! Não, mais do que já tem, não porquê eles queiram ser assim, talvez nem tenham a consciência que são assim, reprodutores da sociedade. Estou chateada mesmo, me sinto de mãos atadas, porém pelo menos ainda tenho direito como cidadã (porem não livre, também estou presa ao sistema) de vir aqui desabafar minhas idéias, que também não são nada neutras e inocentes, também está carregadas ideologicamente.

Eu sofro neste momento, gostaria que pudéssemos reformular nossas escolas, porém existem Reis Imperadores que estão por trás de nossas escolas, de igrejas, de empresas, embora o imperialismo já tenha acabado aqui no Brasil, ele provavelmente se esconde dentro desta reprodução exacerbada nesta aparelhos ideológicos......

Sejamos críticos, reflexivos por uma questão de sobrevivência!

Jessicka Cruz